MENSAGEM DIARIA

MENSAGEM DIARIA

domingo, 12 de dezembro de 2010

Sua presença


"Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós... Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos... Porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam... Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida." (Jo. 14. 18; MT 28. 20b; Sl 23. 4b;6)

O ano de 2009 não foi nada fácil. Foi um ano difícil e bastante complicado: crise econômica, dificuldades de conseguir emprego, perda de empregos, tragédias em várias famílias e até mesmo nas nossas famílias.

Mas, chegando aos dias que findam este ano e olhando para trás temos uma grata surpresa. Nunca estivemos sós, mesmo que tenhamos pensado e dito muitas vezes isso.

O Senhor caminhou conosco, muitas vezes por caminhos que não queríamos caminhar, que teríamos evitado a todo custo, mas, Ele nos fez andar por eles.

Andamos em vales, alguns muito secos, por outras vezes subimos montanhas escarpadas, altas e já desfalecíamos de tanto cansaço. Passamos por caminhos estreitos e precipícios que acreditamos ser o nosso fim.

Quantas vezes o deserto pareceu sem fim, sem nem sequer um Oasis para o descanso e quantas vezes o deserto se insinuou em nosso coração e secamos na nossa fé e nos julgamos mortos de vez.

Quanta esperança foi malograda e planos que tecemos se desfizeram em nossa frente e ficamos mudos, aturdidos, sem nenhuma direção?

E quantas lagrimas foram colhidas nos odres de Deus, derramadas noite a dentro em segredo e só quem viu foi o Senhor?

Tudo para no fim descobrirmos que a Sua Presença esteve conosco, que Ele enxugou cada lagrima, e caminhou conosco nos lugares mais difíceis, e ouviu silencioso e cuidadoso nosso queixume, quando o deserto secou até nossa fé.

Que não estivemos sós em um segundo sequer, mas, que ao nosso lado esse amigo Divino, o quarto homem na fornalha nos fazia livres no meio da tribulação.

E vimos seu cuidado, nos abrindo horizontes inimagináveis, restaurando nossa fé, nos levando a pastos verdejantes, nos saciando a sede e fazendo nosso deserto em Manancial.

E vimos a Sua Glória resplandecer sobre a nossa noite mais forte que o dia e agora sorrimos e dançamos alegres em Sua Presença.

Deus nos conduziu por caminhos que não compreendemos para nos ensinar uma única lição: Ele é tudo o que precisamos e nada mais.

Seja como for 2010 uma coisa nós que andamos muito nesse 2009 já sabemos, Ele estará conosco a cada segundo e novamente veremos Suas Maravilhas e Sua Glória resplandecer sobre nós.

E maduros na fé, acrescentados na fé, firmados na Rocha podemos dizer contra tudo e todos: Graças a Deus que nos garante a Vitoria em Cristo Jesus e nos faz resplandecer sua Glória em nós dia após dia.

Essa é a nossa vitoria. Essa é sua vitoria, mesmo que o caminho difícil se alongue por 2010. Seja como for a Graça do Senhor é sobre nós e isso nos basta.

domingo, 14 de novembro de 2010

É proibido pensar - Chega de Regras!



Há algum tempo venho querendo compartilhar a revolução que o livro, Chega de Regras, de Larry Crabb, produziu em minha vida. Após esse livro já tive a oportunidade de ler Conexão e Conversas da Alma. Foi uma resposta a um momento de profundo questionamento espiritual que tive em minha vida. Quando li que “sua fé esta morrendo? Realmente ela deve morrer, nesse deus tão medíocre que esta ai só para satisfazer suas necessidades. Para que Deus em sua plenitude possa nascer, um Deus que não vai lhe dar nada, a não ser Ele mesmo.” Entendi, que Deus estava falando comigo e tirando escamas de meus olhos. Bem, então veio a musica de João Alexandre, È proibido pensar, um direto no queixo. É impossível não haver comparações com determinado grupo ou pessoas, algumas são explicitas. Os vídeos noYoutube não deixam duvidas. Mas, não quero pensar em pessoas, mas, em conceitos. Tanto Larry Crabb, como João Alexandre nos trazem conceitos muito fortes, tanto quanto o de nossa amiga que matou Gezuz. Na verdade, todos estão falando de fé, maturidade espiritual, vivencia profunda com Deus. Em Conversas da Alma, Larry Crabb me diz: religião é invenção do diabo! E me mostra como meus dogmas, tradicionalismo, o meu linerialismo me faz uma religiosa e não alguém espiritual. Um indivíduo que ouve e deixa o Espírito agir livremente. Afinal, 2+ 2=4 e se eu fizer tudo direitinho conforme mandam, Deus tem obrigação de me abençoar, porque afinal eu cumpri a parte do trato e agora Ele tem que cumprir a dele, é a reedição da Lei. Pra meu espanto Deu só me dá garantia de vida eterna e de Sua Presença na minha peregrinação terrena, daí que pra acabar com minhas presunções Deus me manda para um deserto se eu sou (e sou) uma construtora de cidades (meus títulos e todos os meus “meus” conquistados), só pra aprender que “os meus” não valem nada, ou manda uma chuva de granizo na minha parede caiada(que construí para me proteger das intempéries da vida, por causa do meu medo), só pra me fazer sair da caverna como Elias e ter coragem de enfrentar a vida como ela é. Deus também me deixa sem nenhuma direção (porque eu sou uma acendedora de fogo e SEMPRE TENHO RAZAO E CERTEZA DE TUDO), só para que eu descubra que dependo de Deus a cada passo. E por fim esfrega na minha cara egoísta o quanto meus prazeres cavados em cisternas rotas machucam meu próximo!
Daí vem João Alexandre me dizer um fato muito sério:

“RECONSTRUINDO O QUE JESUS DERRUBOU..
RECOSTURANDO O VÉU QUE A CRUZ JA RASGOU..
RESSUSCITANDO A LEI,
PISANDO NA GRAÇA,
NEGOCIANDO COM DEUS!”

Atente bem para estes versos, ele fala do cerne da nossa fé, o sentido da Reforma, a doutrina paulina. Do porque somos cristãos e não budistas, nem romanistas, nem candomblecistas, espiritualistas kardecistas ou esotéricos. Porque cremos em Jesus nosso único e suficiente Salvador, que pagou o preço da minha condenação, me abrindo Novo e Vivo Caminho a Deus através do Seu Sangue e que posso achegar-me a Deus sem nenhum “rudimento do mundo” apenas me achegar através da Obra Salvadora da Cruz, que é única, sem necessidade de aditivos, feita pela imensa Graça de Deus, que cumpriu TODA LEI em Cristo e vivo eu por essa Maravilhosa Graça, sabendo que tudo o que recebo do Pai como filho e muito mais como servo é pela Sua Graça e bondade e que nenhum esforço meu vai alterar isso, porque Deus não é manipulável. Vivemos a era pos moderna, um novo renascentismo, no mundo o modelo neoliberal se consolida como política econômica e ideologia. É a satisfação agora ou seu dinheiro de volta. O Deus da religião é conveniente e cooperativo. Conveniente porque cabe em todos os gostos, ora se X adora Deus se arrastando de quatro num palco se dizendo “incorporado” do Leão de Judá, ninguém pode julgar...Deus é quem julga...outro diz que o suor cura, ninguém pode julgar ou pior uns são presos, o crime a mostra, mas ninguém pode falar...é proibido pensar? Outro aparece na TV para ofender grupos minoritários e distorcer suas reivindicações e ainda insinuar que Policia Federal esta fazendo uma “operação” para destruir a Igreja...uai, ta com medo de que? E mais outro aparece na internet expondo os podres pessoais dos desafetos. Já não foi perdoado e restaurado pelo Senhor, porque não vai falar dos benefícios que Deus lhe fez? Cooperativo porque faz milagre de atacado, é maior investidor de microempresário do que o BNDS, não deixa o nenê sofrer, nem com gripe, ta aí pra cooperar comigo para que eu tenha minha vitória, uma vida boa e mansa...Quem é esse Deus? O que sei que esse Deus conveniente e cooperativo esta enriquecendo um grupelho, desiludindo e deixando incrédulos uma multidão e pior ainda arrastando uma outra completamente desarvorada “ovelhas sem pastor” cheias de crendices, vivendo dos rudimentos do mundo, deixando a Graça para se sobrecarregarem da Lei. Uns não suportam e vão lotar os atendimentos psiquiátricos, hoje os crentes são a maioria. Alguém pode me explicar o porquê disso? Às vezes é desalentador, mas, ao ouvir João Alexandre, Russel Shedd, ler Larry Crabb, e mais os amigos que escrevem nesse espaço, vi que o Espírito esta movendo os ossos secos, e eles estão se juntando, é grande o barulho, e estão sendo cobertos de nervos e músculos e por fim serão cheios do Espírito, porque o avivamento esta soprando e Deus trará o seu povo às águas do Seu Trono!
“OH! se fendesses os céus, e descesses, e os montes se escoassem de diante da tua face, Como o fogo abrasador de fundição, fogo que faz ferver as águas, para fazeres notório o teu nome aos teus adversários, e assim as nações tremessem da tua presença! Quando fazias coisas terríveis, que nunca esperávamos, descias, e os montes se escoavam diante da tua face.”
Isaias 64.1-3

Senhor trás avivamento para nós, que nos faça abominar o pecado, abominar tudo que em nós tira o teu trono do nosso coração, nos faz amar a tua Palavra e viver somente dela e não de crendices, fabulas de velhas, dos rudimentos do mundo, de loucuras da mente, de show bussiness. Desce Deus na terra do nosso coração e nos incendeia por amor a ti e a verdade de tua Palavra. Em nome de Jesus, nosso Senhor, eu oro! Amém!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

CHEGA DE REGRAS

... Esse é um livro de Larry Crabb, um livro que mudou meu modo de pensar a vida com Deus. Uma vida para a LIBERDADE e não aprisionamento religioso, das regras, dos não pode isso e nem pode aquilo.
Evangelho é liberdade, liberdade de filho, sabendo que o Pai nos recebe pela Graça e não pela observância da lei religiosa.
Pra quem nao aguenta mais viver prisoneiro de regras religiosas, encontre-me aqui. Por que fomos chamados à Liberdade que há em Cristo Jesus.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

DOIS PESOS

Maria Rita Kehl - O Estado de S.Paulo
Este jornal teve uma atitude que considero digna: explicitou aos leitores que apoia o candidato Serra na presente eleição. Fica assim mais honesta a discussão que se faz em suas páginas. O debate eleitoral que nos conduzirá às urnas amanhã está acirrado. Eleitores se declaram exaustos e desiludidos com o vale-tudo que marcou a disputa pela Presidência da República. As campanhas, transformadas em espetáculo televisivo, não convencem mais ninguém. Apesar disso, alguma coisa importante está em jogo este ano. Parece até que temos luta de classes no Brasil: esta que muitos acreditam ter sido soterrada pelos últimos tijolos do Muro de Berlim. Na TV a briga é maquiada, mas na internet o jogo é duro.

Se o povão das chamadas classes D e E - os que vivem nos grotões perdidos do interior do Brasil - tivesse acesso à internet, talvez se revoltasse contra as inúmeras correntes de mensagens que desqualificam seus votos. O argumento já é familiar ao leitor: os votos dos pobres a favor da continuidade das políticas sociais implantadas durante oito anos de governo Lula não valem tanto quanto os nossos. Não são expressão consciente de vontade política. Teriam sido comprados ao preço do que parte da oposição chama de bolsa-esmola.

Uma dessas correntes chegou à minha caixa postal vinda de diversos destinatários. Reproduzia a denúncia feita por "uma prima" do autor, residente em Fortaleza. A denunciante, indignada com a indolência dos trabalhadores não qualificados de sua cidade, queixava-se de que ninguém mais queria ocupar a vaga de porteiro do prédio onde mora. Os candidatos naturais ao emprego preferiam viver na moleza, com o dinheiro da Bolsa-Família. Ora, essa. A que ponto chegamos. Não se fazem mais pés de chinelo como antigamente. Onde foram parar os verdadeiros humildes de quem o patronato cordial tanto gostava, capazes de trabalhar bem mais que as oito horas regulamentares por uma miséria? Sim, porque é curioso que ninguém tenha questionado o valor do salário oferecido pelo condomínio da capital cearense. A troca do emprego pela Bolsa-Família só seria vantajosa para os supostos espertalhões, preguiçosos e aproveitadores se o salário oferecido fosse inconstitucional: mais baixo do que metade do mínimo. R$ 200 é o valor máximo a que chega a soma de todos os benefícios do governo para quem tem mais de três filhos, com a condição de mantê-los na escola.

Outra denúncia indignada que corre pela internet é a de que na cidade do interior do Piauí onde vivem os parentes da empregada de algum paulistano, todos os moradores vivem do dinheiro dos programas do governo. Se for verdade, é estarrecedor imaginar do que viviam antes disso. Passava-se fome, na certa, como no assustador Garapa, filme de José Padilha. Passava-se fome todos os dias. Continuam pobres as famílias abaixo da classe C que hoje recebem a bolsa, somada ao dinheirinho de alguma aposentadoria. Só que agora comem. Alguns já conseguem até produzir e vender para outros que também começaram a comprar o que comer. O economista Paul Singer informa que, nas cidades pequenas, essa pouca entrada de dinheiro tem um efeito surpreendente sobre a economia local. A Bolsa-Família, acreditem se quiserem, proporciona as condições de consumo capazes de gerar empregos. O voto da turma da "esmolinha" é político e revela consciência de classe recém-adquirida.

O Brasil mudou nesse ponto. Mas ao contrário do que pensam os indignados da internet, mudou para melhor. Se até pouco tempo alguns empregadores costumavam contratar, por menos de um salário mínimo, pessoas sem alternativa de trabalho e sem consciência de seus direitos, hoje não é tão fácil encontrar quem aceite trabalhar nessas condições. Vale mais tentar a vida a partir da Bolsa-Família, que apesar de modesta, reduziu de 12% para 4,8% a faixa de população em estado de pobreza extrema. Será que o leitor paulistano tem ideia de quanto é preciso ser pobre, para sair dessa faixa por uma diferença de R$ 200? Quando o Estado começa a garantir alguns direitos mínimos à população, esta se politiza e passa a exigir que eles sejam cumpridos. Um amigo chamou esse efeito de "acumulação primitiva de democracia".

Mas parece que o voto dessa gente ainda desperta o argumento de que os brasileiros, como na inesquecível observação de Pelé, não estão preparados para votar. Nem todos, é claro. Depois do segundo turno de 2006, o sociólogo Hélio Jaguaribe escreveu que os 60% de brasileiros que votaram em Lula teriam levado em conta apenas seus próprios interesses, enquanto os outros 40% de supostos eleitores instruídos pensavam nos interesses do País. Jaguaribe só não explicou como foi possível que o Brasil, dirigido pela elite instruída que se preocupava com os interesses de todos, tenha chegado ao terceiro milênio contando com 60% de sua população tão inculta a ponto de seu voto ser desqualificado como pouco republicano.

Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101002/not_imp618576,0.php

COMEDIA MTV 2010 - A HISTÓRIA DO BRASIL...KSKSKSKSKSKKSKSK

sábado, 25 de setembro de 2010

DEUS VAI ENVIAR AS 12 PRAGAS SOBRE BRASIL POR CAUSA DOS GAYS




Corre na internet a opinião do pastor Piragine, a manifestação de evangélicos ligados ao PT e a posição do ar. Silas Malafaia. Muito bom que tudo isso ocorra, faz parte do Estado democrático o embate de opiniões e idéias. Mas, o que não dá para engolir é quando usando a prerrogativa de líder religioso um individuo aterrorize os membros de seu grupo e pior incentive o ódio a um outro grupo de pessoas, os demonize e os culpe de uma ‘vindoura ira divina”.
Hitler chegou ao poder na Alemanha por vias democráticas com um discurso homofóbico, anti-semita, racista, de preconceito contra deficientes físicos e outros grupos minoritários. Hitler não sabia conviver com diferentes. Para vergonha da Igreja Evangélica, muitos pastores foram “amigos da vez” desse que pode ser considerado sem sombra de duvida, um tipo de anticristo. Foi defendendo os “valores da família”, protegendo “os bons costumes” que militares nos mataram, nos calaram, nos aterrorizaram por vinte anos e mais uma vez a Igreja Evangélica foi “amiga da vez” dessa ditadura, simpatizante e até defensora.
Deus não vai julgar o Brasil por causa do casamento gay, nem da PL 122 (que pune na forma da lei todo ato de HOMOFOBIA, diga-se de passagem), nem por conta da liberação do aborto ou qualquer coisa que valha. Havendo lei ou não, pessoas abortaram, homossexuais continuaram a viverem juntos, serão mortos por homofóbicos, discriminados, humilhados... Nada disso mudará.
Mas, HOJE JÁ ESTAMOS SOBRE A IRA DE DEUS, por que deixamos de ser sal e luz. Porque homossexuais não encontram na Igreja uma palavra de poder que mude suas vidas, porque nossos jovens fornicam como os “do mundo” e abortam como eles, porque não defendemos aqueles que necessitam de defesa, mas os entregamos aos seus algozes.
Porque odiamos os gays, os defensores da legalização do aborto, os defensores do estudo das células troncos, por que os transformamos nos enviados do diabo e nos calamos quanto aos estelionatários da fé com seus trizimos, suas vendas de unção financeira (lembram das indulgencias e perdão de pecados que foi a causa propulsora da Reforma), dos megalomaníacos que se auto intitulam apóstolos, patriarcas e coisa que se imagine.
Calamos-nos diante dos políticos denominacionais que sem diferença alguma do que ocorre em Brasília, usam Igrejas e organizações para enriquecimento ilícito, para manobras pessoais, para imoralidade sexual, para seu feudo pessoal.
Tornamos-nos uma Igreja neoliberal, pós moderna no pior sentido dessa nova era: imediatista, egocêntricos, intolerante, amantes de shows, personalista, INDIVIDUALISTA!
Sobre essas coisas DEUS JÁ TEM NOS JULGADO, permitindo que estejamos cegos indo atrás de homens amantes de si mesmos, enganados a roda de todo vento de doutrina, enganados pelo diabo e suas artimanhas de “milagres e poder”, mortos em igrejas frias, vivendo de religiosidade, capa de bons costumes e sem nunca estar na presença de Deus.
Somos cegos e nus. E não vemos isso.
É hora de lamentarmos e chorarmos a terra do Brasil que está ferida não pelo homossexualismo, mas, pelas nossas iniqüidades como crentes, pela nossa morte espiritual que não alcança a vida daqueles que precisam de Cristo.
É hora de clamar por avivamento. É hora de chorar pelos nossos pecados. É hora de dar as costas as unções financeiras, aos milagres urgentes, “aos milagres em penca”, aos títulos beatíficos, as regressões, a politicagem denominacional....e clamarmos que o Senhor desça dos céus e incendeie nossos corações com seu Poder e nos faça atrair: homens, mulheres, jovens, crianças, heterossexuais, homossexuais, deficientes, negros, brancos, ricos, pobres, iletrados, intelectuais e que a sociedade realmente seja transformada pelo impacto de uma Igreja que transforma vidas, famílias, ruas, bairros e cidades.
Que Deus nos ajude.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O QUE SÃO FAMÍLIA INCESTOGÊNICAS? QUAIS SUAS CARACTERISTICAS? INCESTO – UM TABU

Podemos considerar que família incestogênica ou incestuosa é aquela onde as interações afetivas entre seus membros manipulam a criança ou adolescente vítima, a uma relação sexual – afetiva culturalmente condenada que é o incesto.
Tabu é uma palavra originada de um termo polinésio TAPU, que significa: proibido. O termo era usado, entre os polinésios para diferenciar o que era sagrado, do profano, que não deveriam ser misturados.
Desta forma, tabu é tudo aquilo que, estabelecido como uma regra em sociedade deve ser evitado ou proibido, por orientação religiosa ou moral.
O incesto é conhecido na sociedade humana desde seu período pré-historico, o homem primitivo dominava sua mulher devido à sua força superior e a considerava sua propriedade. Quando os filhos atingiam a puberdade, protegia sua mulher de sua invasão sexual, da mesma forma como defendia toda a sua propriedade contra eles. Essa proibição tornou-se um costume e por sua vez, transformou-se num tabu.
O incesto foi registrado em grandes sociedades antigas, como no Egito, onde era usual o casamento entre irmãos, pais e filhas, para a manutenção do poder imperial. A bíblia registra que o incesto era costume dos povos estabelecidos ao redor do povo Hebreu. Abraão, patriarca do povo hebreu era casado com Sara, que era sua irmã. “E, na verdade, é ela também minha irmã, filha de meu pai, mas não filha da minha mãe; e veio a ser minha mulher;” Gn. 20. 12
A própria bíblia relata em detalhes alguns casos de incesto, um deles foi de Ló e suas duas filhas. “E subiu Ló de Zoar, e habitou no monte, e as suas duas filhas com ele; porque temia habitar em Zoar; e habitou numa caverna, ele e as suas duas filhas. Então a primogênita disse à menor: Nosso pai já é velho, e não há homem na terra que entre a nós, segundo o costume de toda a terra; vem, demos de beber vinho a nosso pai, e deitemo-nos com ele, para que em vida conservemos a descendência de nosso pai. E deram de beber vinho a seu pai naquela noite; e veio a primogênita e deitou-se com seu pai, e não sentiu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou. E sucedeu, no outro dia, que a primogênita disse à menor: Vês aqui, eu já ontem à noite me deitei com meu pai; demos-lhe de beber vinho também esta noite, e então entra tu, deita-te com ele, para que em vida conservemos a descendência de nosso pai. E deram de beber vinho a seu pai também naquela noite; e levantou-se a menor, e deitou-se com ele; e não sentiu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou. E conceberam as duas filhas de Ló de seu pai.Gn. 19. 30-36.

Mesmo, com o tabu do incesto sendo estabelecido socialmente, hoje, encontram-se sociedades onde ele é permitido, no México, entre algumas tribos indígenas, o incesto entre pai e filha ainda é comum.
Segundo analisam este incesto é provocado por questões econômicas, visto que as terras cultiváveis ficam longe de casa, e precisam de uma mulher para moer o milho que colhe, assim sendo costumam levar a filha, enquanto sua mulher fica em casa com os outros filhos. Normalmente possuem um único cobertor, por ser um objeto muito caro, que costuma ser curto e que divide com a filha. A combinação do contato físico, do isolamento e do costume torna o incesto inevitável.
Há ainda os povos tribais do Malawi que acreditam que relações sexuais com suas irmãs os deixarão à prova de balas.
A proibição do incesto não tem origem puramente cultural, nem puramente natural, ela se constitui num movimento fundamental, pelo qual se cumpre a passagem da natureza à cultura. A proibição do incesto é o conceito explicativo do surgimento, nada mais e nada menos que do que a propria cultura.

CARACTERÍSTICA DA FAMÍLIA INCESTOGÊNICA

É importante ressaltar que famílias incestogênicas não possuem um corte socioeconômico, ou seja, famílias pobres não são mais incestogênicas ou mais propensas ao incesto do que famílias de classe media ou ricas. As famílias incestogênicas são encontradas em todas as escalas sociais.
Esse tipo de família tem uma característica interessante por serem aglutinadas/simbióticas, sem limites entre o subsistema dos pais e filhos, o que ocorre com um membro da família afeta todos os outros, a saída de um membro da família do sistema é considerada uma traição, assim como a entrada de um novo membro é percebida como ameaçadora, ou roubadora do membro da família.
Também se caracterizam por serem rígidas ou caóticas. Rígidas com pais estruturados que tem dificuldades para enfrentar mudanças, o novo. Caóticas quando as regras não são bem definidas com uma grande confusão ao nível das fronteiras intergeracionais e das identidades de seus membros.
As relações sociais são limitadas até como forma de manter o segredo, que é uma parte forte da estrutura dessa família, o segredo a mantém de pé, estruturada, por isso a fronteira organizacional é pouco permeável ao exterior e resistência à mudança, ou como já assinalamos suas fronteiras são rígidas.
A organização familiar é fundada num segredo que por muitas vezes persiste de geração a geração - a vítima é silenciada ante a ameaça das terríveis conseqüências de uma possível revelação do segredo - medo, vergonha, culpa; desagregação da família, degeneração da imagem do pai, degeneração da imagem da família feliz.
Os limites geracionais não estão claros. Podemos dar como exemplo quatro tipos de estrutura onde é possível ocorrer à violência do incesto.

1. Pai executivo e mãe como criança: a filha sobe na relação geracional para ficar no lugar da mãe.

P
------------------
C C C M






2. Mãe Executiva e pai tímido (bonzinho): é uma família de estrutura e fronteiras rígidas onde o pai possui autoestima baixíssima. A intimidade de P e M é difícil. O pai se sente querido através das crianças.

M
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C C C P


3. Família de terceira geração: mãe trata pai como filho e crianças como netos. O Pai ou entra no subsistema dos filhos ou os filhos sobem ao subsistema do pai. A mãe é muito distante dos filhos e maternal com o pai.

M
------------------
P
------------------
C C C C

4. Não há autoridade: todos estão sempre ligados e não há figuras de autoridades, não há controle.

------------------
C C C P M

Existe uma ilusão de uma aparente coesão, ou seja, a vitima crê que a ligação incestuosa tem como função manter a família, embora, de fato, ela já esteja desunida há muito tempo. Para a vítima ela acredita que os une que pagando com seu corpo e que a denuncia irá desuni-los totalmente.

Nas famílias tipo 1, onde o pai é executivo, existe uma verdadeira ditadura familiar, com o poder, sendo concentrado na figura do pai. Faz as regras e nutre-se do "terror da revelação" e do "terror do abandono". É o tipo de famílias patriarcalistas onde o pai possuem todo poder sobre os filhos e a mãe é vista não como adulta, mas, como criança.

DINÂMICA FAMILIAR
Para Viviane Guerra e Maria Amélia Azevedo a dinâmica familiar se apresenta em termos genéricos como:
• Existe muita vulnerabilidade a situações de stress dadas as suas estruturas interna e a própria historia de vida de seus progenitores no qual geralmente vivenciaram episódios de violência domestica, especialmente negligencia e espancamento, por vezes a violência sexual se apresenta em menor escala.
• Um pai impulsivo, que requer ser gratificado imediatamente em relação ao seu desejo, necessita reafirmar seu pode e exigir obediência. Geralmente enfrenta problemas na área da sexualidade.
• A mãe se mostra em contrapartida passiva, com baixa autoestima, embora possa adotar uma postura superprotetora, ou de completa omissão.
• A criança vitima costuma ser passiva, dependente, podendo na adolescente se mostrar revoltada, agressiva e promiscua na adolescência.
• Quando expostos a revelação da violência o mecanismo mais comum é o da negação. As modalidades mais comuns de negação são:
o Negar o fato: o agressor afirma que não fez nada;
o Negar o impacto da violência: o agressor propõe esquecer tudo, ou então, o que tem isso ela dormiu com muitos mesmo!
o Negação da conscientização: o agressor afirma que estava fora de si, alcoolizado ou quando a criança ou adolescente diz que não sabe de nada porque estava dormindo.
o Negação da responsabilidade: o agressor ou a criança/vitima afirmam que a culpa foi da criança que o seduziu ou não soube resistir a seus avanços.

Ainda analisando a dinâmica dessas famílias é preciso ter clareza que os mecanismos podem variar conforme o tipo de incesto: pai-filha; mãe-filho; avô-neta; irmão-irmã, ou outros parentes.

O Incesto entre Pai e Filha

O incesto entre pai e filha é o tipo mais comum dos incestos entre adultos e crianças. Quando ocorre e é descoberto, a questão quase sempre precisa ser resolvida fora da família, geralmente pela polícia, porque o pai é tradicionalmente a fonte da “lei” familiar.
É um tipo de incesto que começa sutilmente, onde o carinho normal de pai para filha vão passando à prática de “carícias” que dificilmente deixam lesões físicas.
O pai raramente recorre à força ou à violência, para suas iniciativas incestuosas, contudo há uma imensa coerção psicológica embutida na relação pai-filha. A filha aprende a obedecer ao pai, e também espera dele uma orientação moral. Se o pai diz que está tudo bem, é porque deve estar certo. E é claro que se ela cogitar desobedecer, a ameaça de punição está sempre presente. Assim, a vítima quase sempre participa “voluntariamente” do incesto, sem reconhecer a coerção sutil que ocorreu. “Em algum nível os atos incestuosos são efetuados com a cumplicidade familiar. O pai é induzido pela sedução consciente ou inconsciente da filha e pela cumplicidade de uma hostilidade comum contra a mãe. A mãe força a filha a suportar a pesada carga de assumir o papel de esposa e amante do próprio pai, libertando-a dessas funções. Toda essa disfunção serve como defesa contra a alteração da estrutura familiar” (Cohen, 1993:62).
Costuma existir um acordo silencioso entre pai e a mãe sobre o papel da filha na família. Nesse acordo a relação sexual passa a ocorrer entre a filha e o pai e não mais entre o casal. Ocorrendo uma coalizão destrutiva entre os pais, onde a mãe por sua falta de disponibilidade como mãe e esposa, não impede a aproximação sexual do cônjuge a seus filhos.
Em seu livro Violência Domestica: Fronteiras do conhecimento, Viviane Guerra e Maria Amélia Azevedo relatam o caso de uma adolescente que ao revelar a mãe o abuso sexual do pai ouviu da mesma que “ainda bem, assim você reparte comigo o fardo de satisfazer este homem”.

Incesto mãe-filho

Menos comum, mas, também tão devastador quanto o de pai-filha, o filme: No Limite do Silencio, mostra as conseqüências do incesto mãe-filho em uma família e na psicologia do menino, levando-o a uma psicopatia no período da adolescência.
Tanto quanto do pai-filha este é disfarçado e mascarado, mas, devido o acesso que a mãe tem ao corpo do filho, pode ser menos identificável. Até há pouco tempo somente ela dava banho, trocava fraldas em seus filhos. É recente a participação do pai nesses cuidados.
Muitas abusam sexualmente dos seus filhos durante o banho, chupando o seu pênis; outras, em outros momentos, "brincando" com o seu pênis, de forma a lhe fazer carícias e brincadeiras muitas vezes “consentidas sexualmente”, essas brincadeiras costumam evoluir conforme o abuso pai-filha, para carícias cada vez mais intimas e a relação propriamente dita.
O abuso sexual da mãe com o filho tem um outro fator que o torna ainda mais complicado. A mãe, assim como o pai, utiliza-se da sedução. Porém, enquanto ela está manipulando o pênis do filho, mesmo que ela se excite, este pode não perceber claramente a excitação dela, mas sente a sua própria excitação. Isso o deixa confuso e, conseqüentemente, mais culpado.
Da mesma forma que a menina, o menino pode sentir-se especial, sendo alvo da atenção da mãe, é estimulado a manter o segredo entre eles do amor e carinho especial que possuem.
A vítima, além dos conflitos vividos em relação a abusadora, sente também uma grande raiva dos familiares que estão ao seu redor - a mãe, o pai, os irmãos mais velhos - que têm a função de protegê-la e não o fazem, deixando-a só e abandonada.
As conseqüências do abuso sexual são inúmeras e se manifestarão na vida de cada um de acordo com a sua história pessoal.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

AZEVEDO, Maria Amélia. GUERRA, Viviane Nogueira de Azevedo. Violência Domestica: Fronteiras do Conhecimento. São Paulo: Cortez Editora, 1993
AZEVEDO, Maria Amélia. GUERRA, Viviane Nogueira de Azevedo. Dossiê Diagnostico – Violência Contra Crianças e Adolescentes. Modulo 3 – Telelacri, São Paulo: USP, 2000.
BRAUN, Suzana. A Violência Sexual Infantil na Família: Do Silêncio à Revelação do Segredo. Porto Alegre: Ed. Age Ltda, 2002.
COHEN, Cláudio. O Incesto um Desejo. São Paulo: Casa do Psicólogo Livraria e Editora Ltda, 1993.
FORWARD, Susan; BUCK, Craig. A Traição da Inocência: o incesto e sua
devastação. Tradução de Sergio Flaksman. Rio de Janeiro: Rocco, 1989.

FILME NO LIMITE DO SILÊNCIO Título original: The Unsaid
Duração: 109 minutos (1 hora e 49 minutos)
Gênero: Suspense
Direção: Tom McLoughlin
Ano: 2001
País de origem: EUA
Distribuidora: Artfilms

BIBLIA SAGRADA: (ALMEIDA CORRIGIDA E REVISADA FIEL)




CANDIDA MARIA FERREIRA DA SILVA

domingo, 19 de setembro de 2010

A solução do problema gay na perspectiva cristã

Com a presença de tantos homossexuais na cidade grega de Corinto e a completa ausência de normas contrárias e de reações homofóbicas na sociedade grega, bastaria a Paulo instituir o casamento gay e combater apenas a orgia homossexual.

Mas não foi isso o que ele fez nem o que aconselhou. Em sua primeira Carta aos Coríntios, o apóstolo é bem explícito: “Já que existe [aqui em Corinto] tanta imoralidade sexual, cada homem deve ter a sua própria esposa, e cada mulher, o seu próprio marido” (1Co 7.2, NTLH).

Para não se colocar contra a maré, contra a cultura, contra a opinião pública, contra os deuses (Apolo em especial) e contra a “corintização”, Paulo deveria ter prescrito no máximo a monogamia homossexual: “Já que existe em Corinto tantos prostitutos, tantas orgias homossexuais, cada homem deve ter o seu próprio homem, e cada mulher, a sua própria mulher”.

Se somos realmente cristãos, se devemos obediência às normas preestabelecidas desde a criação, se entendemos que a Bíblia é a Palavra de Deus, se reconhecemos a autoridade do apóstolo Paulo, autor de treze dos 27 livros do Novo Testamento, o casamento gay deve ficar totalmente fora de cogitação.

A rigor, e para os cristãos, a questão gay tem de ser enfrentada de outra maneira. Permanecer no armário ou voltar para ele não resolve. Casar-se com o parceiro do mesmo sexo não resolve. Adotar e criar filhos ora sem mãe ora sem pai não resolve. Fazer uma leitura gay da Bíblia não resolve. Filiar-se a uma igreja gay e ter pastores e bispos homossexuais não resolve. Livrar-se de qualquer preconceito por parte da sociedade não resolve.

Isso não quer dizer que não haja solução para a pessoa que nasceu com dificuldade heterossexual ou com tendência homossexual, para a pessoa que recebeu no lar estímulos contrários à heterossexualidade, para a pessoa que foi levada ao homossexualismo por causa de abusos sexuais cometidos por familiares ou estranhos, para a pessoa que chegou a essa situação por curiosidade e para a pessoa que tornou-se homossexual em função da propaganda da homossexualidade (novelas, filmes, internet, paradas gays etc.). A solução é a graça de Deus, que ela deve buscar persistentemente. A graça de Deus a levará à conversão, como aconteceu com certo número de pessoas em Corinto (1Co 6.11). Trata-se, honestamente falando, de um milagre, algo inexplicável operado pelo Espírito Santo. Embora dependente da soberania de Deus, a gênese dessa experiência religiosa tem muito a ver com o ministério da igreja, que precisa orar, amar, acolher, compreender o drama da homossexualidade e comunicar as boas novas da salvação.

A participação de profissionais da saúde não deve ser descartada nem pela igreja nem pela medicina. Na verdade, a Resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia não “impede os psicólogos de atenderem pessoas que queiram reduzir seu sofrimento psíquico causado por sua orientação sexual, seja ela homo ou heterossexual”. A proibição, continua o documento, “é claramente colocada na adoção de ações coercitivas tendentes à cura e na expressão de concepções que considerem a homossexualidade doença, distúrbio ou perversão”. Naturalmente, os pregadores do evangelho não estão proibidos, à luz da Bíblia, de condenar como pecado a prática homossexual, desde que chamem todos os outros pecados de pecado e desde que anunciem também a graça de Deus.

A conversão não significa obrigatoriamente que o ex-homossexual ou a ex-lésbica precisa contrair matrimônio com pessoa de sexo diferente. A aceitação do evangelho e o compromisso com Cristo indicam uma mudança radical no estilo de vida, seja qual for o estado civil. E o mesmo se requer do heterossexual solteiro ou casado. No final das contas, a moral sexual cristã não visa apenas os homossexuais, as mulheres e os casados. Ela é também para os héteros, os homos e os solteiros, e em qualquer faixa etária (adolescentes, jovens, adultos e idosos).

A conversão não impede que haja um desagradável descuido que provoque uma acidental queda, que deve ser confessada e abandonada para ser perdoada (1Jo 1.9). Entre os muitos problemas de comportamento que havia na igreja de Corinto, um deles era na área sexual.

O apóstolo temia encontrar, em sua próxima passagem por Corinto, alguns daqueles irmãos que haviam abandonado as imoralidades sexuais de volta a elas, fato que o humilharia muito e o faria chorar por eles (2Co 12.21). Era sabido que um deles havia sucumbido à tentação de deitar-se com a mulher de seu pai (1Co 5.1), embora, depois da disciplina, tivesse se entristecido amargamente e se arrependido (2Co 2.5-8).

Em vez de afrouxar as normas de conduta, o apóstolo as confirma: “Fujam da imoralidade sexual, [pois] todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo, [que] é santuário do Espírito...” (1Co 6.18-20).

extraido de http://www.ultimato.com.br em 19/09/2010 as 18.26

terça-feira, 17 de agosto de 2010

DEUS, O DIABO E OUTRAS PESSOAS. REFLEXÕES SOBRE O CRISTIANISMO NA FLORESTA E NA CIDADE

God, the Devil and other people.
Exploring Christianity in the forest and the city.



Local: Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Museu Nacional, UFRJ. Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, Rio de Janeiro
[Tel: (55) 21-25689642 Fax: (55) 21-22546695]

Data: 25, 26 e 27 de agosto de 2010, das 9:00 às 17:00hs

25th, 26th and 27th of August 2010, from 9:00 am to 5:00 pm.

Organização/Organization: Aparecida Vilaça (PPGAS/MN)

Financiamento/Funding: FINEP e FAPERJ

Tradução simultânea/Simultaneous translation: Natalia Taddei


Objetivos gerais

O seminário reúne estudiosos do cristianismo provenientes de diversas sub-disciplinas antropológicas: melanesianistas, americanistas e antropólogos urbanos. Tomando o cristianismo em seus aspectos distintivos, no sentido de uma “cultura cristã”, o nosso objetivo é compreender a sua relação com culturas particulares, nas esferas da cosmologia, do ritual, da política e da experiência do ‘eu’ nos distintos contextos relacionais. Visamos com isso estabelecer diferentes planos de diálogo em torno das questões e problemas debatidos no seio da Antropologia do Cristianismo.

General aims

This seminar unites scholars of Christianity from a variety of anthropological sub-disciplines: Melanesianists, Americanists and urban anthropologists. Taking Christianity in the sense of a ‘Christian culture’ in its diverse aspects, our aim is to comprehend its relationship to particular cultures in the spheres of cosmology, ritual, politics and the experience of the self in distinct relational contexts. Our intention is to establish different levels of dialogue on questions and problems debated within the Anthropology of Christianity.

PROGRAMA/PROGRAM

QUARTA-FEIRA/WEDNESDAY - (25/08)

Manhã/Morning

O crescimento evangélico/The Evangelical growth

9:00 – 9:30hs – Abertura/Opening: Aparecida Vilaça (PPGAS/MN)

9:30 – 10:00hs – Revisitando a literatura brasileira sobre o crescimento pentecostal/ Revisiting the Brazilian literature on Pentecostal growth
Cecília Mariz (UERJ) e Maria das Dores Machado (UFRJ)

10:00 – 10:30hs – Debate/Discussion

10:30 – 11:00hs - Salvacionismo evangélico em comparação/ Comparing Evangelical Salvationism
Ronaldo de Almeida (Unicamp/Cebrap)

11:00 – 11:30hs – Debate/Discussion

11:30 – 12:00hs - História ou continuidade? O significado da autenticidade na Congregacão Cristã no Brasil/History or continuity? The meaning of authenticity in the Congregacão Cristã no Brasil.
George St. Clair (London School of Economics)

12:00 – 12:30hs – Debate/Discussion

12:30hs – 14:00 – Almoço/Lunch

Tarde/Afternoon

Traduções/translations

14:00 – 14:30 – A produção das diferenças nas etnografias salesianas/ The production of differences in Salesian ethnographies
Paula Montero (USP)

14:30 – 15:00 - Debate/Discussion

15:00 – 15: 30 - Conversão como “desfazimento”: perspectivas ameríndias e missionárias sobre as expedições de contato no nordeste amazônico/ Conversion as undoing: Amerindian and missionary perspectives on contact expeditions in northeastern Amazonia.
Vanessa Grotti – (University of Oxford - UK)

15:30 – 16:00 - Debate/Discussion

16:00 - 16:30 - Café/Coffee

16:30 – 17:00 – Discussão geral/General discussion


QUINTA-FEIRA/THURSDAY - (26/08)

Manhã/Morning

Subjetividade e moralidade/Subjectivity and Morality

9:00 – 9:30hs – Abertura/Opening – Cristianismo em perspectiva: a noção de pessoa e a conversão protestante na Amazônia e na Melanésia/ Christianity in perspective: On Selfhood and Protestant Conversion in Amazonia and Melanesia.
Joel Robbins (University of California, San Diego)

9:30 – 10:00hs – A socialização pela linguagem cristã e o (re)modelamento do “eu” entre os Bosavi/ Christian language socialization and self (re)fashioning among Bosavi people
Bambi B. Schieffelin (New York University)

10:00 – 10:30hs – Debate/Discussion

10:30 – 11:00hs - “Ter coração”: a pessoa cristã entre os Wari’ (Rondônia, Brasil)/ ‘Having a heart’: the Christian person among the Wari’ (Rondônia, Brazil)
Aparecida Vilaça (PPGAS/MN)

11:00 – 11:30hs – Debate/Discussion

11:30 – 12:00hs - Pessoa, relações e conversão protestante entre os Urapmin/ Selves, Relations, and Protestant Conversion among the Urapmin
Joel Robbins (University of California, San Diego)

12:00 – 12:30hs – Debate/Discussion

12:30hs – 14:00 –Almoço/Lunch

Tarde/Afternoon

14:00 – 14:30 – Santidade e sinceridade na formação da pessoa cristã/ Saintliness and sincerity in the constitution of the Christian person
Clara Mafra (UERJ)

14:30 – 15:00 - Debate/Discussion

15:00 – 15: 30 - Subjetivismo e naturalismo: revisitando as cosmologias cristã e ocidental a partir da perspectiva das classes trabalhadoras brasileiras/ Subjectivism and naturalism: revisiting Christian and Western cosmology from the perspective of Brazilian urban working classes.
Luiz Fernando Dias Duarte (PPGAS/MN)

15:30 – 16:00 - Debate/Discussion

16:00 - 16:30 – Café/Coffee

16:30 – 17:00 – Discussão geral/General discussion

SEXTA-FEIRA/FRIDAY - (27/08)

Manhã/Morning

Igrejas nativas, cosmopolítica e biopolítica/Indigenous churches, cosmopolitics and biopolitics

9:00 – 9:30hs – Igrejas nativas: a Assembléia de Deus e a Igreja Adventista do Sétimo dia palikur/ Native churches: The Assembly of God and Seventh-day Adventist Churches among the Palikur
Artionka Capiberibe (Unifesp)

9:30 – 10:00hs – Debate/Discussion

10:00 – 10:30hs – Crentes ou católicos, uma reflexão sobre ‘cristianismo’ e ‘cultura’ paumari/ Evangelicals or Catholics, some reflections on Paumari ‘Christianity’ and ‘culture’
Oiara Bonilla (PPGAS/MN-Faperj)

10:30 – 11:00hs - Debate/Discussion

11:00 – 11:30hs – Evangélicos, mídia e biopolítica: o caso do pastor Marcos/ Evangelicals, the media and biopolitics: the Pastor Marcos case
Patricia Birman (UERJ) e Carly Machado

11:30 – 12:00hs Debate/Discussion

12:00 – 14:00 - Almoço/Lunch

Tarde/Afternoon

Materialidades/Materialities

14:00 – 14:30 - A face e a outra face da moeda cristã/ The two faces of Christianity
Diana Lima (IUPERJ)

14:30 - 15:00 - Debate/Discussion

15:00 - 15: 30 - A imagem sagrada na era da reprodutibilidade técnica: sobre santinhos/ The sacred image in the era of technical reproducibility: on santinhos
Renata Menezes (PPGAS-MN)

15:30 - 16:00 – Debate/Discussion

16:00 – 16:30 – Café/Coffee

16:30 – 17:00 - Encerramento/Final discussion: Joel Robbins, Bambi Schieffelin, Aparecida Vilaça


RESUMOS/ABSTRACTS

By alphabetical order

1) “Ter coração”: a pessoa cristã entre os Wari’ (Rondônia, Brasil)

Aparecida Vilaça (PPGAS-MN)

A noção de um eu interno e auto-contido, associada ao cristianismo, adequa-se com dificuldade à noção wari’ de pessoa, que se caracteriza pela instabilidade relacionada ao seu caráter dual (humano/animal). Trata-se de um eu determinado pelo contexto relacional, onde a perspectiva do outro sobre si é determinante para a auto-imagem. O conceito de coração tem se revelado um importante instrumento para o diálogo dos Wari’ com essa nova concepção de pessoa, ao sofrer um deslocamento semântico gradativo, deixando de designar apenas “vitalidade” e “entendimento”, características da pessoa perceptíveis desde fora, para se referir a um conhecimento interno e secreto, impermeável aos demais, mas transparente a Deus.


‘Having a heart’: the Christian person among the Wari’ (Rondônia, Brazil)

The notion of an inner, self-contained self, associated with Christianity, is apparently incompatible with the Wari’ notion of the person, characterized by the instability related to its intrinsic duality (human/animal). This is a self determined by altering relational contexts in which the other’s point of view of oneself is a determining factor one’s own self-image. The concept of ‘heart’ has proven to be an important element in the Wari’ dialogue with this new conception of the person, having undergone a gradual semantic shift from designating ‘vitality’ and ‘understanding,’ personal qualities that are perceptible from the outside, to referring to an inner and secret knowledge, impermeable to others but transparent to God.


2) Igrejas nativas: a Assembléia de Deus e a Igreja Adventista do Sétimo dia palikur

Artionka Capiberibe - Unifesp

Esta comunicação tem como tema principal duas religiões cristãs implantadas, há mais de trinta anos, entre os Ameríndios Palikur: a Igreja Evangélica Assembléia de Deus e a Igreja Adventista do Sétimo dia. A abordagem feita aqui tem como base os rituais das Igrejas e as falas dos fiéis palikur sobre a presença destas em suas vidas. A linguagem privilegiada será aquela que incide sobre o corpo, a saber: os efeitos das leituras da Bíblia, da performance dos hinos religiosos e a ação da religião naquilo que os Palikur entendem como bem estar (principalmente saúde e prosperidade) da pessoa. Uma das hipóteses do presente trabalho é a de que tais Igrejas existem porque mantêm uma relação (ou anti-relação) com as práticas xamânicas palikur. O intuito desta apresentação é, por meio do estudo comparado, permitir uma reflexão a respeito da adesão dos Palikur a estas Igrejas específicas e, simultaneamente, contribuir para o entendimento da conversão religiosa indígena em termos mais gerais.

Native churches: The Assembly of God and Seventh-day Adventist Churches among the Palikur

This paper takes as its main theme two Christian Churches first introduced among the Palikur Amerindians over thirty years ago: the Assembly of God Evangelical Church and the Seventh-day Adventist Church. My starting points are the Church rituals and how Palikur believers describe their effects on their lives. In particular, the paper will analyze body-related language: that is, the effects of Bible readings, hymn singing and religion’s effect on what the Palikur understand as the person’s well-being, mainly their health and prosperity. One of my working hypotheses is that these Churches have taken hold among the Palikur because of their relation (or anti-relation) with indigenous shamanic practices. By including a comparative dimension, the paper looks to explore Palikur adhesion to these particular Churches and, simultaneously, to contribute to our understanding of indigenous religious conversion in general.


3) A socialização pela linguagem cristã e o (re)modelamento do “eu” entre os Bosavi

Bambi B. Schieffelin (New York University)

Igualmente parte do projeto comparativo que explora os processos e resultados do contato entre noções de pessoa protestantes e indígenas, esta comunicação focaliza o papel das ideologias de linguagem e dos contextos de fala (incluindo a tradução) indígena e protestante nos esforços proselitistas. Abordo inicialmente as práticas de socialização pela linguagem usadas para nutrir valores locais, incluindo os valores relacionados às noções de “eu”, tais como a privacidade das intenções e estados emocionais e cognitivos não-expressos. Segue-se uma análise das atividades de socialização na linguagem cristã, que enfatizam práticas e atitudes incompatíveis com as preferências verbais indígenas, incluindo a comparação e a avaliação, e gêneros verbais, como a confissão pública. Exploro como essas diferenças sobre como as pessoas no tempo e no espaço são imaginadas, dentre outras, estão entre os obstáculos à conversão.


Christian language socialization and self (re)fashioning among Bosavi
people

Also part of a comparative project exploring the processes and outcomes of contact between indigenous and Protestant notions of personhood, this paper highlights the role of indigenous and Protestant language ideologies and speech activities (including translation) in proselytizing efforts. I first outline precontact Bosavi language socialization practices used to nurture local values, which includes those values linked to notions of the self such as the privacy of unexpressed intentions, cognitive and emotional states. This is followed by an analysis of Christian language socialization activities, which emphasize practices and attitudes incompatible with indigenous verbal preferences, including comparison and evaluation, and verbal genres, such as public confession. I explore how these, among other differences in how persons in time and place are imagined, are among the obstacles to belief.


4) Revisitando a literatura brasileira sobre o crescimento pentecostal
Cecília Mariz (UERJ) e Maria das Dores Machado (UFRJ)

A partir de uma análise breve de trabalhos de sociólogos e antropólogos do Brasil e suas distintas interpretações sobre os significados e consequências do crescimento pentecostal nesse país, a presente comunicação pretende refletir sobre possíveis contribuições e questões que a recente produção da chamada Antropología do Cristianismo pode trazer para esse debate. Essa análise poderá, por outro lado, identificar possíveis contribuições desse debate para a produção antropológica sobre o cristianismo.


Revisiting the Brazilian literature on Pentecostal growth

Setting out from a brief analysis of Brazilian sociological and anthropological works on Pentecostalism and their varying interpretations of the meanings and implications of its growth in the country, the present paper examines the contributions and questions brought to this debate by recent works produced under the rubric of the Anthropology of Christianity. At the same time, this analysis looks to identify the potential contributions of this debate to wider anthropological understandings of Christianity.


5) Santidade e sinceridade na formação da pessoa cristã
Clara Mafra (UERJ)

Levando em consideração a composição do pentecostalismo – uma mistura, por um lado da tradição protestante que permite a constituição da “pessoa sincera” e, por outro lado, de aspectos encantados da pessoa – o que acontece quando esta mensagem é disseminada em um contexto com uma longa tradição católica por ‘tradutores’ socializados em uma cultura católica, em outras palavras, por pessoas com uma interpretação particular da tradição protestante? Nesta comunicação eu exploro esta questão e procuro compreender como um enquadramento católico impacta os arranjos de acomodação das ideologias semióticas da ‘santidade’ e da ‘sinceridade’ no interior da religiosidade Pentecostal, resultando em uma singular manifestação do projeto coletivo e da pessoa cristã regional.


Saintliness and sincerity in the constitution of the Christian person

Taking into account the composition of Pentecostalism – a mixture of, on one hand, a Protestant tradition that allows the constitution of the ‘sincere person,’ and, on the other, the enchanted aspects of personhood – what happens when this message is disseminated in a context with a long Catholic tradition by ‘translators’ socialized in the Catholic culture; in other words, by people with a particular interpretation of the Protestant tradition? In this paper, the author explores this question and shows how the Catholic framing impacts on the ways in which the semiotic ideologies of ‘sincerity’ and ‘saintliness’ are absorbed into Pentecostal religiosity, resulting in singular manifestations of the collective project and of the regional Christian Person.


6) A face e a outra face da moeda cristã
Diana Lima (IUPERJ)

A forma com que a Igreja Universal do Reino de Deus articula espírito e matéria, na doutrina e no ritual, suscita desconfiança por parte de diferentes atores sociais brasileiros e, periodicamente, motiva um noticiário denunciatório espetacular. Um mesmo tema – a mistura inaceitável, imoral, entre a pureza da fé e a impureza de um dinheiro supostamente usurpado de ninguém menos do que os mais pobres – é recorrente na mídia impressa brasileira. Nesta comunicação, são tomadas como objeto empírico matérias publicadas n’O Globo e na revista Veja nos últimos cinco anos. O objetivo é examinar os princípios e os valores de referência, religiosos e laicos, em que se apoiam essas peças jornalísticas, entendendo-as em sua qualidade de, a um só tempo, manifestações e fomentos da indignação geral.


The two faces of Christianity

The form in which the Universal Church of the Kingdom of God combines spirit and matter in its doctrine and rituals is viewed with suspicion by many different Brazilian social actors and regularly provokes sensationalist news items denouncing the Church’s activities. A single, recurrent theme pervades the Brazilian press: the unacceptable and immoral mixture of the purity of faith with the impurity of the money supposedly conned from the poorest sectors of the country’s population. This paper is based on a study of reports published in O Globo newspaper and Veja magazine over the last five years. I look to examine the religious and secular principles and values informing these journalist reports, taking them as both manifestations and incitements of public outrage.

7) "História ou continuidade? O significado da autenticidade na Congregacão Cristã no Brasil"
George St. Clair (London School of Economics)

O ato de ‘fazer história’ tem sido considerado dentro da antropologia como um dos aspectos intrínsecos de diferentes grupos sociais para criar um senso de identidade compartilhada e de autenticidade. Na Congregacão Cristã no Brasil, no entanto, a negacão da história é fundamental para atualizar a unidade espiritual e o senso de autenticidade.

"History or continuity? The meaning of authenticity in the Congregacão Cristã no Brasil"
The act of ‘making history’ has been considered in anthropology as intrinsic to how contemporary social groups create a shared sense of identity and claim authenticity. In the Congregacão Cristã no Brasil however, the deliberate avoidance of history is central to the group’s sense of spiritual unity and authenticity.


8) Cristianismo em perspectiva: a noção de pessoa e a conversão protestante na Amazônia e na Melanésia.
Joel Robbins (University of California, San Diego)

O crescimento dos trabalhos etnográficos sobre o cristianismo em várias partes do mundo abriu novas possibilidades comparativas. Sociedades antes dificilmente aproximáveis tornaram-se passíveis de comparação a partir dos modos como incorporaram e modificaram os diversos tipos de cristianismo. Além disso, sociedades que no passado podiam ser comparadas com base nas idéias e instituições nativas, podem agora ser comparadas a partir de uma outra dimensão, aquela dos processos de mudança que acompanharam a sua cristianização. Neste caso, a comparação constitui uma importante ferramenta, possibilitando explorar mais profundamente idéias e instituições indígenas e avançar na nossa compreensão do cristianismo e dos processos de mudança que ele provoca. As comunicações de Joel Robbins, Bambi Schieffelin e Aparecida Vilaça percorrem esse caminho ao examinar concepções do “eu” Amazônicas e Melanésias e o modo como versões delas interagiram com noções protestantes de “eu interior” a partir da conversão de grupos dessas duas regiões a formas do cristianismo evangélico.
“Christianity in perspective: On Selfhood and Protestant Conversion in Amazonia and Melanesia.”
The recent growth of ethnographic works focused on Christianity in various parts of the world has opened up new possibilities for comparison. Societies that once may have seen incomparable can now be compared on the basis the ways they have taken on and modified various kinds of Christianity. Moreover, societies that in the past could be compared on the basis of certain of their indigenous ideas and institutions can now be compared along the further dimension of the processes of change that have accompanied their Christianization. Where this is the case, comparison can be a valuable tool, allowing us both to explore indigenous ideas and institutions more deeply and to further our understanding of Christianity and the processes of change it fosters. In this paper, we support this claim by considering indigenous Amazonian and Melanesian ideas of the “self” and considering the ways versions of them have interacted with Protestant Christian notions of the inner self as groups from each region have converted to Evangelical forms of Christianity.


Pessoa, relações e conversão protestante entre os Urapmin
Joel Robbins

Essa comunicação é parte de um projeto comparativo que examina os modos como as visões do “eu” indígenas e protestantes interagem entre si no processo de conversão. Analiso o modo como as idéias urapmin relativas a um “eu” privado que não se relaciona com outros diretamente , mas somente através de meios concretos, tais como o corpo e a troca de objetos, entram em conflito com a demanda protestante da pessoa como “mente” ou “coração” que se relaciona diretamente com as demais, pela fala. Mostro como os Urapmin tentaram criar essas relações diretas por meio do ritual, sem deixar de registrar como esse projeto é estranho às noções nativas de pessoa.

Selves, Relations, and Protestant Conversion among the Urapmin

This paper is one part of a comparative project examining the ways indigenous and Protestant views of the self interact with one another during processes of conversion. I examine how indigenous Urapmin ideas of an inner private self that does not relate to others directly, but only through the physical media of the body and the exchange of objects, comes into conflict with Protestant demands for selves as “minds” or “hearts” to relate directly to one another through speech. I show how Urapmin have attempted to create such direct relations through ritual, but not without registering how alien this project is to their prior understandings of selfhood.

9) Subjetivismo e naturalismo: revisitando as cosmologias cristã e ocidental a partir da perspectiva das classes trabalhadoras brasileiras
Luiz Fernando Dias Duarte (PPGAS/MN)

As religiões cristãs constituem, simultaneamente, uma dimensão intríseca da cultura ocidental e um componente tenso da modernização. Essa tensão emerge mais claramente em torno de dois núcleos ideológicos básicos: subjetivismo e naturalismo. O objetivo dessa comunicação é discutir, especialmente a partir de dados de pesquisa etnográfica realizada recentemente em classes urbanas trabalhadoras, e inspirado em questões mais amplas levantadas pela Antropologia do Cristianismo, os modos pelos quais as religiões cristãs contemporâneas encontram-se envolvidas com esses valores.

Subjectivism and naturalism: revisiting Christian and Western cosmology from the perspective of Brazilian urban working classes.

Christian religions are “at the same time” an inextricable dimension of Western culture and a tense component of its modern developments. That tension emerges most clearly around two basic ideological nodes: subjectivism and naturalism. My aim here is to discuss the ways contemporary Christian religions have been involved with those values; mostly in connection with recent ethnography among urban working classes. The questions raised by a broader contemporary anthropology of Christianity will be inspiring this endeavor.


10) Crentes ou católicos, uma reflexão sobre ‘cristianismo’ e ‘cultura’ paumari.
Oiara Bonilla (PPGAS/MN-Faperj)

Atualmente, os Paumari se descrevem como crentes ou católicos. Isso se traduz em dois modos de vida concebidos e apresentados pelos próprios Paumari como opostos. O objetivo aqui é aprofundar a etnografia dos cristianismos paumari (evangélico e católico) e pensar essa oposição nos termos de uma cosmopolítica paumari, considerando os temas da transformação, da história e das estratégias de inserção nas intensas teias de alteridade nas quais estão envolvidos.

Evangelicals or Catholics, some reflections on Paumari ‘Christianity’ and ‘culture’

Today the Paumari describe themselves as Catholics or Evangelicals (crentes, ‘believers’). This translates into two ways of life conceived and experienced by the Paumari themselves as diametrically opposite. My aim here is to develop a detailed ethnography of Paumari Christianities (both Evangelical and Catholic) and to analyze this opposition in terms of Paumari cosmopolitics, exploring the themes of transformation and history and their strategies for negotiating the intense webs of alterity in which they are immersed.


11) Evangélicos, mídia e biopolítica: o caso do pastor Marcos
Patricia Birman (UERJ) and Carly Machado

O pastor Marcos é um personagem controvertido e muito conhecido no país
devido à enorme circulação de vídeos que produz sobre a sua ação missionária
junto a "favelados", "bandidos" e prisoneiros. Seus vídeos exploram de forma
dramática as relações estigmatizantes entre criminalidade e pobreza nas
periferias das grandes cidades e o papel desempenhado por evangélicos e seus
projetos de redenção social e moral de pessoas e de territórios. Pretendemos
analisar como os vídeos evangélicos produzidos pelo pastor entrelaçam seu
projeto de redenção com um certo imaginário evangélico sobre seus "Outros".
Interessa-nos analisar de que modo estes vídeos operam com a sensibilidade e
as emoções dos espectadores e as entrelaçam com as manifestações religiosas
e um certo projeto político-religioso através de uma tecnologia midiática.

Evangelicals, the media and biopolitics: the Pastor Marcos case

Pastor Marcos is a well-known and indeed controversial figure in Brazil due to the enormous output and circulation of videos documenting his missionary work among ‘favela residents,’ ‘bandits’ and prisoners. His films dramatically explore the stigmatizing relations between criminality and poverty on the outskirts of the large cities and the role played by Evangelicals and their projects aimed towards the social and moral redemption of people and territories. Here we examine how the Evangelical videos produced by the pastor intertwine his redemption project with Evangelical imagery of their ‘Others.’ We look to analyze the way in which these videos work on the senses and emotions of their viewers and interweave them with religious events and a specific political-religious project enabled through contemporary media technology.


12) A produção das diferenças nas etnografias salesianas.
Paula Montero (USP)

Trata-se de propor um modelo que ajude a compreender os processos de mediações sociais e simbólicas entre grupos portadores de saberes heterogêneos. Os missionários salesianos, enquanto agentes historicamente situados, proporcionam a possibilidade de um excelente estudo de caso, para que se possa examinar como os esforços de tradução da alteridade em diferença a que eles se dedicam em suas práticas constituem modos determinados de invenção cultural.

The production of differences in Salesian ethnographies

Here I propose a model to help comprehend processes of social and symbolic mediation between groups with highly diverse sets of knowledge. As historically situated agents, the Salesian missionaries provide an excellent opportunity for a case study into how their efforts to translate alterity into difference comprise specific modes of cultural invention.


13) A imagem sagrada na era da reprodutibilidade técnica: sobre santinhos
Renata Menezes (PPGAS-MN)

Os santinhos (holy cards, prayer cards) são retângulos de papel cujas faces comportam, de um lado, uma imagem de santo (ou santa, ou santos), e do outro, textos em que se combinam preces e prescrições para utilizá-las corretamente, detalhes da vida do santo, propaganda da gráfica que imprime o material , etc. Em minha apresentação procurarei trazer algumas reflexões sobre as formas de interação (religiosa ou não) que podem se dar em torno desse compósito texto-imagem, tais como percebidas ao acompanhar sua circulação em trabalho de campo, e uma discussão da simbologia que a eles pode estar associada, a partir de uma interpretação de textos e imagens.

The sacred image in the era of technical reproducibility: on santinhos

Santinhos (holy cards, or prayer cards) are small rectangular pieces of paper with a picture of a saint (or several saints) on one side and text on the other: the latter combines prayers and instructions for correct use of the card, details of the saint’s life, advertising for the printing house that made the card, and so on. In this paper I intend to explore various forms of interaction (religious and otherwise) involving this text-image composite, including those observed during my field research, and a discussion of the symbology frequently associated with the cards, based on an interpretation of both the texts and the images.


14) Salvacionismo evangélico em comparação
Ronaldo de Almeida (Unicamp/Cebrap)

O crescimento evangélico, sobretudo dos pentecostais, é um dos fenômenos religiosos contemporâneos mais significativos por sua capacidade de inserção local e de disseminação global. No caso brasileiro, destaca-se a crescente presença em áreas indígenas em território nacional, via ação missionária, e nas periferias dos grandes centros urbanos brasileiros. Com o intuito de refletir sobre o salvacionismo universalista evangélico contemporâneo, esta comunicação pretende fazer um exercício comparativo entre os dois fenômenos com ênfase na experiência religiosa e nas inflexões causadas pela socialidade religiosa tanto no meio indígena quanto urbano.

Comparing Evangelical Salvationism

The growth in Evangelical denominations, especially Pentecostal churches, is one of the most significant contemporary religious phenomena due to their double capacity for local insertion and global dissemination. In the case of Brazil, we can highlight their growing presence in indigenous areas as a result of missionary work, and on the peripheries of the large urban centres. In exploring contemporary universalist Evangelical Salvationism, this paper offers a comparison of the two phenomena, emphasizing religious experience and the inflections caused by religious sociality in both indigenous and urban settings.


15) Conversão como “desfazimento”: perspectivas ameríndias e missionárias sobre as expedições de contato no nordeste amazônico.
Vanessa Grotti – (University of Oxford - UK)

No final dos anos 1960, um pequeno grupo de missionários protestantes norteamericanos baseados em aldeias Trio e Wayana do sul do Suriname, organizaram uma série de expedições para contactar um grupo de esquivos caçadores-coletores que haviam sido localizados nas proximidades da fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa. Conduzidas por missionários que contavam basicamente com o suporte dos Trio recentemente sedentarizados, estas não foram as primeiras expedições desse tipo, mas a continuação de um método desenvolvido no sul da Guiana nos anos 1950 entre outro grupo indígena, os Waiwai, por membros da Unevangelized Fields Mission (UFM). Baseada em pesquisa de arquivo e em dados etnográficos, procuro contrastar os relatos e as perspectivas dos participantes nativos e missionários das expedições, e analisar os modos pelos quais o povos contactados eram percebidos, engajados e gradualmente incorporados em uma existência sedentária sob forte supervisão de seus “mestres” Trio. Ao focalizar as implicações dos processos de contato, sedentarização e conversão ao cristianismo, argumento que a relação de assimetria que emergiu entre os Trio e os caçadores-coletores é assimétrica, envolvendo o controle por meio do idioma da proteção. No caso das populações do centro guianense, como os Trio e os Waiwai, o discurso da nutrição e do cuidado pelo Outro é ressonante tanto com o ponto de vista ameríndio quanto missionário, mas revela diferenças entre as representações que cada um dos grupos faz dos processos de transformação que subjazem às relações sociais. Esta comunicação vai analisar essas perspectivas convergentes e contrastantes dentro de um contexto etnográfico amplo e em diálogo com a antropologia do cristianismo.

Conversion as undoing: Amerindian and missionary perspectives on contact expeditions in northeastern Amazonia.

In the late 1960s a handful of North-American Protestant missionaries based in Trio and Wayana villages of southern Suriname organised a series of expeditions to contact a group of elusive hunter-gatherers which had been located close to the border with Brazil and French Guiana. Led by missionaries who mainly relied on the support provided by the recently sedentarised Trio, these were not the first expeditions of their kind but rather a continuation of a method developed in southern Guyana in the 1950s among another central Guianese group known as the Waiwai by members of the Unevangelized Fields Mission (UFM). Based on archival research and ethnographic data this paper contrasts the accounts and perspectives of the missionaries and the Amerindian expedition party members, and analyses the ways in which the contacted peoples were perceived, engaged with and gradually incorporated into a sedentary existence under the close supervision of their Trio ‘masters’. By focusing on the implications of processes of contact, sedentarisation and conversion to Christianity, I will argue that the relationship which emerged between the Trio and the hunter-gatherers is one of asymmetry which involves control through the idiom of protection. In the case of central Guianese populations such as the Trio and the Waiwai, the discourse of nurture and care for the Other is resonant from both an Amerindian and a missionary point of view, but reveals differences between their representations of the transformative processes underlying social relations. This paper will analyse these converging and contrasting perspectives within the wider ethnographic context, and the anthropology of Christianity.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

AGORA EM PROMOÇÃO


Não dá pra não falar da Unção Financeira dos Ultimos Dias do profeta de Deus Morris Cerrulo e seu discipulo Silas Malafaia.
Ninguém me contou, eu mesma vi pela TV, o senhor Morris Cerullo prometer que mediante a oferta de R$ 900,00 ao senhor Silas Malafaia, ele dispensaria a Unção Financeira de Deus dos Ultimos Dias, há uns seis meses atrás.
Após uma saraivada de criticas, o senhor Silas Malafaia, aparece na TV dizendo que aquilo que foi dito, não foi dito e dizendo que os criticos não tem fé.
Bem, agora a Unçao Financeira dos Ultimos Dias para uma Vida Vitoriosa ou cheia de Vitoria em Cristo, vem com a promoção de R$ 610,00.
O tom é o mesmo, aterrorizar os incautos e não estudiosos da Palavra de Deus e levar as pessoas a acreditarem que "comprando" a unção serão ricas e os impios uns pobres medonhos....hahahahaha....
Eu acho, se não estou enganada que só comprarão nos ultimos dias os que tiverem a marca da Besta, que eu nao sei direito acho que li em algum lugar do Apocalipse, os verdadeiros seguidores de Cristo serão perseguidos, mortos, aprisionados, devido a sua fé...eu não vi NENHUMA PROMESSA de Deus de nos livrar de nenhuma dessas provações...afinal...se Deus esta julgando o mundo com crise financeira, com abalos da natureza, as pessoas que são cristãos e estão sucumbindo nelas, são falsos crentes?
Quem entende um pouco do movimento da sociedade, sabe que o capitalismo SEMPRE tem suas crises ciclicas e sempre terá.
O mais interessante é que o profeta NÃO DIZ E ESCONDE É QUE O SISTEMA TODO, EM SI, TODO ELE, É CONDENAVEL POR DEUS, PORQUE SE ASSENTA NA DESIGUALDADE E NA MISERIA. NO CONSUMO, NO POSSUIR E NÃO SER.
Mas, como poderia, se o profeta vem VENDER sua prosperidade, sua unção....que é preciso TER...
Pra piorar as coisas, usa o sacrificio de Cristo na Pascoa judaica, como alegoria, para o "meu sacrificio financeiro", é muita cara de pau!!!!!!
Eu pensei que sendo filha de Deus, comprada pelo Sangue Precioso de Jesus, eu nao precisasse comprar mais nada, porque pelo Sangue de Cristo EU SOU SALVA, EU SOU FILHA, EU SOU PROPRIEDADE DE DEUS, EU SOU NOVA CRIATURA, EU SOU ALVO DO CUIDADO DE DEUS E NÃO PRECISO TER NADA...
Em pensar que um dia eu quis colaborar com o senhor Silas Malafaia, quando ele pregava um evangelho correto de salvação de almas e não estorquia dinheiro dos incautos....

Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Mt. 7.15
AMADOS, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.I Jo 4. 1

PORTAS ABERTAS - NEWS




"Sei que você tem pouca força, mas guardou a minha palavra e não negou o meu nome."
Apocalipse 3.8b



Talvez seja um pouco difícil falar sobre o livro de Apocalipse e todas as revelações contidas nele. Mas é fácil relacionar a Igreja verdadeira a este versículo. E a Igreja verdadeira é aquela que, sendo livre ou perseguida, persevera até o fim, até receber a coroa da vida. A Igreja referida no versículo não era perfeita, mas batalhadora e persistente. Ela não era muito forte, mas sua fé e conhecimento da Palavra fizeram com que ela fosse recompensada na eternidade. Que nós possamos ser achados assim por Deus também. Mesmo falhos, com pouca força, seremos perseverantes na Palavra do Senhor, a ponto de nunca negarmos o Deus a quem servimos.

Deborah Stafussi
Editora

Destaque na semana:

Muçulmanos interrompem batismo e ameaçam cristãos
BANGLADESH (45º) - Duas cristãs em Jamalpur, distrito ao norte de Bangladesh, disseram que os oficiais do vilarejo extorquiram grandes somas de dinheiro de suas famílias, por proclamarem o evangelho a muçulmanos...

Estrangeiros que trabalhavam para ONG são mortos
AFEGANISTÃO (6º) - Autoridades do Afeganistão disseram neste sábado que oito estrangeiros e dois afegãos foram encontrados mortos a tiros perto de veículos abandonados na província de Badakhshan, no nordeste do país...

VAMOS ORAR
ETIÓPIA (44º) - A pressão religiosa contra os funcionários cristãos da prefeitura, na cidade de Beseno, está aumentando. Eles estão sendo ameaçados de perder seus postos de trabalho se continuarem a participar dos ajuntamentos cristãos. Ore por esses irmãos que trabalham para o governo, para que confiem em Deus, que proverá suas necessidades diárias. Clame ao Senhor para que os fortaleça em perseverança, coragem e paz, apesar das repetidas ameaças e intimidações no local de trabalho.

DESTAQUE

De 11 de agosto a 9 de setembro de 2010, milhões de muçulmanos celebram o Ramadã, mês sagrado de jejum e oração e remissão dos pecados para os muçulmanos. Acompanhe as notícias e pedidos de oração em nosso site, blog e twitter durante esse período.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Ganhar tudo e perder o essencial




E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da cobiça; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui. E propôs-lhe uma parábola, dizendo: A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância; E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos. E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; E direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco! Esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus. E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma (Lc 12.15. 21 e Mc 8.34-26).

O ser humano é movido à ambição. Na medida certa, faz do individuo um empreendedor. A ambição por si só não é danosa. Era ambição de Cristo cumprir a missão que o Pai lhe dera, ou seja, morrer numa Cruz e ressuscitar para salvação de todo aquele que crê. "Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou" (Jo 5.30).

Era ambição de Paulo correr a carreira que lhe estava proposta, cumprir a missão de levar o evangelho aos gentios, fazer Cristo conhecido e formado naqueles que evangelizava e doutrinava. "Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus" (At 20.24).

Era ambição de Davi levantar o templo do Senhor. "E pôs-se o rei Davi em pé, e disse: Ouvi-me, irmãos meus, e povo meu; em meu coração propus eu edificar uma casa de repouso para a arca da aliança do Senhor e para o estrado dos pés do nosso Deus, e eu tinha feito o preparo para a edificar" (1 Cr 28.2). E a de Salomão ser sábio para conduzir o povo. "Dá-me, pois, agora, sabedoria e conhecimento, para que possa sair e entrar perante este povo; pois quem poderia julgar a este tão grande povo" (2 Cr 1.10).

A ambição leva o indivíduo a conquista de seus sonhos, a busca de um ideal, dá um sentido para a vida. Mas, como tudo em nós, a tênue linha entre a ambição e a cobiça é muito, muito fina. Jesus com muita propriedade na parábola do homem rico, diz que: a pessoa não é aquilo que possui!

Entretanto nos vivemos numa sociedade que valoriza aquilo que se possui e não o que se é. Não apenas riqueza, mas, também, beleza, inteligência, intelectualidade, poder. A gênese do crime e da violência é exatamente esta, a cobiça de ter e ser alguém por aquilo que se possui. Os noticiários televisivos mostraram os grandes barões do tráfico em mansões valiosíssimas, com dinheiro escondido nas paredes e até no quintal. O exemplo contemporâneo da parábola que Jesus contou em Lucas 12. A necessidade de se ganhar fama a qualquer custo na mídia ao ponto do enlouquecimento e da perda de valores éticos é outra demonstração de como a cobiça pode levar o homem a se apartar de si mesmo.

Todos nos perguntamos quando vemos casos de corrupção porque um juiz de direito se deixa levar por uma mesada de 12 ou 20 mil reais? O que se passa na mente de um homem quando propõe a uma nação eternizar-se no poder através de um mandato praticamente vitalício? Nessas horas há de se pensar que Hitler e seus desvarios de raça pura e poder absoluto não são fatos pontuais. Mas, se de um lado um dirigente embebido no poder quer ficar para sempre nele, outro, se acredita dono do mundo de tal forma que pode invadir um país a pretexto de luta contra o terrorismo e democracia, matar até mesmo os seus compatriotas.

Nessa parábola Jesus mostra a tolice de se basear a vida naquilo que se possui, porque o terreno é transitório e para a eternidade não tem valor. Em Marcos, Jesus, vai além dizendo que aquele que quiser vir após Ele deve perder a sua vida, para na verdade ganhá-la. Finaliza: O que adianta ganhar o mundo inteiro e perder sua alma. Profundo como sempre Jesus estava falando de eternidade, mas, também da vida presente.

A ambição do ter faz o homem perder a si mesmo, causa a morte da alma. E o homem sem alma é aquele incapaz de ter compaixão e misericórdia. Um individuo sem alma vive da amargura de lutar para manter o seu ter todos os dias, mesmo que isso custe tudo o mais, os amigos, o amor, a família. O homem da alma morta humilha sem pestanejar porque precisa disso para sentir forte, por isso mata com palavras, atitudes, armas... Ele é severo, duro, perfecionista, diz toda a verdade (franqueza) com o absoluto prazer de causar dor no outro. Porque o sofrimento do outro alivia de forma doentia o seu. Ele tem prazer em fazer outros sofrerem, mesmo que diga que não. É bom, mas de uma bondade egoísta que na verdade está a serviço de "fazê-lo bom e admirado por sua bondade" Suas ações nunca estão desvinculadas do firme propósito de ser o centro das atenções, de ser para si e nunca para o outro.

Assim se luta na sociedade, faz-se qualquer coisa, homens honrados, criminosos, todos movidos pelo ter e mortos em sua alma. A alma morta suplica por vida! Quer contato e verdade, quer acima de tudo ter Deus como seu supremo bem, mas, os celeiros maiores e cada vez mais cheios sufocam seu grito. E assim a doença aparece, a depressão, ansiedade, o descontrole, a bulimia, a anorexia, a psicose, o transtorno bipolar, as inseguranças, as lembranças ruins, os rancores profundos, as iras incontidas, o desrespeito, a incredulidade, o sarcasmo e o cinismo. A alma morta. E assim andam pelas ruas pensando-se vivos, mas, melancolicamente mortos.

Mas, a maior tristeza, pode você pensar, que almas mortas vivem entre aqueles que se dizem nascidos novamente em Cristo. Assim, entre aqueles que deveriam fazê-lo o centro de tudo, vivem os que querem fazê-lo o centro da sua ambição de ter. Não é à toa que a teologia da prosperidade encontrou terreno fértil para se estabelecer nas igrejas evangélicas.

E o evangelho hoje propagado mais e mais é o de se ter e não ser. É o evangelho de grandes ambições, de príncipes, reis, filhos do Dono do mundo, de abençoados, de vitoriosos, de campeões, da riqueza material, do carro do ano, dos saudáveis nunca doentes, dos milagres, dos que nunca sofrem e só possuem alegria, dos que são cabeça e não calda.... Um evangelho de almas mortas, onde não se vê o brilho de Cristo e não se percebe a diferença com o ímpio.

Pessoas que ganharam tudo e perderam o essencial da vida! O prazer de viver, a alegria do encontro, a amizade desinteressada, a conversa alegre e banal, o chorar junto, o reconhecer no outro aquele para quem se vive, e acima de tudo o viver na centralidade de Cristo, tendo o prazer de ser servo, instrumento de benção, veiculo do amor, da luz, do poder e da energia viva do Espírito.

Diz João Alexandre na música "Jogou, Venceu", do álbum família, 2004:

Quem pensa somente em si
Quer ganhar um jogo que já perdeu!
Quem sabe abrir mão de si
Compreendeu a vida,
Jogou, venceu!

Quem joga fora é aquele que realmente venceu!

Candida Maria Ferreira da Silva

sábado, 10 de julho de 2010

GRAÇA




Ricardo Gondim

Ainda há pouco, ao reler o admirável Sermão do Monte, percebi como a graça esteve presente nos princípios expostos por Jesus. Mesmo reconhecendo que a graça foi exaustivamente estudada e definida pela teologia, é preciso redescobri-la nos lábios do Nazareno. Os favores imerecidos de Deus não podem ficar circunscritos às codificações teológicas. Naquele relvado, na encosta de um morro qualquer, Cristo falou de assuntos diversos, mas não se esqueceu de explicitar que Deus se relaciona com seus filhos diferente de todas as divindades conhecidas. Após séculos de argumentação sobre os significados da graça, os cristãos precisam despertar para ao fato de que ela é o chão da espiritualidade cristã.

Um neopaganismo levedou a fé de tal forma que muitos transformaram a oração em uma simples fórmula para canalizar e receber os favores divinos. Para obter resposta às petições, implora-se, pena-se, insiste-se, no aguardo de que Deus escute. Quando não se recebe, justifica-se assumindo culpas irreais, como falta de disciplina. Acha-se que é necessário continuar implorando para Deus se sensibilizar. Mede-se a espiritualidade pelo número de respostas aos seus pedidos e, quando malsucedidos, castiga-se por não merecer. A própria linguagem denuncia romeiros católicos evangélicos, que lotam os espaços religiosos: é preciso “alcançar uma graça”.

Graça liberta do imperativo de dar certo. O Sermão da Montanha começa felicitando pobres em espírito, chorosos, mansos e perseguidos. Os triunfantes não podem se gloriar de serem mais privilegiados do que os malogrados. Graça revela um Deus teimosamente insistindo em permanecer do lado de quem não conseguiu triunfar; até porque a companhia de Deus não significa automática reversão das adversidades.

Graça permite o autoexame, a análise das motivações mais secretas da alma, sem medo. Na série de afirmações sobre ódio, adultério, divórcio e vingança, Cristo deixou claro que ninguém pode se vangloriar quando desce às profundezas do coração. No nível das intenções, todos são carentes. O olhar sutil indica adultério. O ódio despistado revela homicidas em potencial. A vingança disfarçada contamina as ações superficiais. Lá onde brotam as fontes das decisões, tudo é confuso; vícios e virtudes se confundem. Somente com a certeza de que não haverá rejeição é possível confrontar os intentos do coração para ser íntegro.

Graça convida a amar. Jesus afirmou que Deus “faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos”. Para revelar sua bondade, Deus não precisou ser convencido a querer bem. Deus não faz acepção de pessoas; o seu amor não está condicionado a méritos. Quando as pessoas são inspiradas por gratidão, reconhecimento e admiração por tão grande amor, se sentem impulsionadas a imitá-lo. Deus surpreende por dispensar bondade sem contrapartida de virtude. Assim, na improbabilidade de os seres humanos se mostrarem graciosos, os discípulos devem almejar a única virtude que pode torná-los perfeitos como Deus -- o amor.

Graça é convicção de que o acesso a Deus não depende de competência. Quem acredita que será aceito pelo tom de voz piedoso ou pela insistência em repetir preces nega a paternidade divina. Antes de pedirmos qualquer coisa, Deus já estava voltado para nós. Os exercícios espirituais não precisam ser dominados como uma técnica, mas desenvolvidos como uma intimidade. O secreto do quarto fechado representa um convite à solitude, à tranquilidade que não acontece com sofreguidão.

Graça libera energia espiritual que pode ser dirigida ao próximo. Buscar o reino de Deus e sua justiça só é possível porque não é preciso preocupar-se com o que comer e vestir e por jamais ter de bater na porta do sagrado para conquistar benefícios particulares. Basta atentar para os lírios do campo e pardais para perceber que as ambições devem escapar à mesquinhez de passar a vida administrando o dia-a-dia.

Graça devolve leveza para que os filhos de Deus sintam-se à vontade em sua presença, como meninos na casa dos avós. Graça libera as pessoas para se tornarem amigas de Deus, em vez de vê-lo como um adestrador inclemente. Graça não permite delírios narcisistas. Nenhuma soberba se sustenta diante da percepção de que Deus aposta na humanidade e ainda se convida a cear entre amigos.

Graça distensiona o culto porque avisa: tudo o que precisava acontecer para reconciliar a humanidade com Deus foi concluído: “Consumatum est”. Portanto, enquanto a graça não for redescoberta de fato como a mais preciosa verdade da fé, as pessoas podem até afirmar que foram livres, mas continuarão presas à lógica religiosa das compensações. Devedores, jamais entenderão que o reino de Deus é alegria. A graça liquida com pendências legais. Não restam alegações a serem lançadas em rosto -- “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus?”.

A religiosidade legalista insiste que é perigoso falar excessivamente sobre a graça. Anteparos seriam então necessários para proteger as pessoas da liberdade que a graça gera. Mas o amor que tudo crê, tudo espera e tudo suporta não aceita outro tipo de relacionamento senão abrindo espaço para que haja amadurecimento. Deus ama assim, e o Sermão da Montanha não deixa dúvidas de que todo discurso sobre o reino de Deus deve começar com graça.

“Soli Deo Gloria”.


• Ricardo Gondim é pastor da Assembleia de Deus Betesda no Brasil e mora em São Paulo. É autor de, entre outros, Eu Creio, mas Tenho Dúvidas (Editora Ultimato). www.ricardogondim.com.br


EXTRAIDO DE WWW.ULTIMATO.COM.BR EM 10/07/2008 AS 1610

terça-feira, 29 de junho de 2010

Formando pessoas para a vida


Pr. Francisco Araújo Barretos Neto
Arapongas, PR

Afirma-se, entre os pastores, que há igrejas que são ótimas parteiras, mas péssimas babás; outras são ótimas babás, mas péssimas parteiras.

Querem dizer que há igrejas que desenvolvem ótimo evangelismo,
mas não cuidam de suas novas ovelhas e elas se perdem.

Existem aquelas que acompanham o novo convertido até a maturidade cristã, mas não usam ou não têm métodos de crescimento.

Nesse contexto, é que entra o papel da educação cristã,
área da igreja que visa desenvolver um trabalho de babá
com aqueles que nasceram no reino do Deus.
Para tanto, as igrejas e pastores precisam superar vários desafios.


Desafios de formar educadores

A educação cristã na Igreja precisa ser vista como ministério e o educador cristão como ministro, Ef 4: 11. Com isso, teremos mais pessoas com formação nessa área atuando dentro da Igreja e pessoas da Igreja atuando na rede educacional secular. Assim como há investimento na formação teológica de um pastor, precisa haver também na formação educacional da pessoa que tem um chamado de Deus para esse ministério. Pode ser um curso de graduação, especialização, mestrado e até doutorado.

Valor do ensino - Conceitos errados levam a resultados desastrosos. Por isso é importante reavaliar que tipo de pensamento está dirigindo as práticas educativas dos responsáveis por essa área na igreja. À vezes temos professores, mas nem sempre educadores. O educador tem algo a dizer, sabe o que está dizendo e por que está dizendo. Se os resultados não estão sendo os esperados, existem mudanças a serem feitas. E tudo começa com a contextualização do conceito de educação cristã.

Que é educação cristã - A palavra educação vem do latim ducare que significa guiar, conduzir; e o prefixo e, significando para fora. Assim, educação pode ser entendida como a atividade de conduzir para fora. No Novo Testamento, o vocábulo khristianós refere-se aos cristãos, ou seja, as pessoas que praticam os ensinamentos de Cristo. Dessa forma, podemos pensar em educação cristã como um conjunto de atividades que conduz as pessoas para fora do reino das trevas e as ensina e capacita a viverem de acordo com os princípios de Jesus Cristo.

Papel da educação cristã - O neoconverso tem uma história de vida e conceitos adquiridos no decorrer de sua existência que precisam ser trabalhados. Para ele, é um momento de intensa luta e de dúvidas. Cabe à Igreja, através dos meios de instrução, ajudá-lo a entender o que está acontecendo. Ele está assimilando idéias bíblicas à sua maneira e é nessa fase que certos conceitos precisam ser corrigidos ou ampliados. Porém, para isso, é necessário superar o costume de fazer educação cristã de qualquer maneira. É preciso saber para onde se está direcionando o educando.

Desafios de educar para tempos como este

Desde os seus primórdios, a comunidade cristã percebeu que seu propósito educacional era a promoção da fé cristã vivenciada. Porque o maior problema da humanidade nunca foi o ateísmo, mas a idolatria nos aspectos econômico, social, político, cultural e religioso.

A sociedade atual - Os últimos cinco séculos se caracterizaram pela modernização da vida através das ciências, da invenção, da técnica, do forte uso da razão, do pensamento reflexivo e crítico, com resultados, sobretudo, na área econômica permitindo mais controle sobre a vida, maior bem-estar, maiores facilidades e meios para viver bem.

O ser humano atual - Isso produziu uma sociedade moderna, com pessoas que querem ser modernas, ou seja, que têm pensamento próprio, crítico e livre, que conhecem cientificamente muitas coisas, que têm comportamentos novos, sobretudo em relação à família, ao trabalho e à espiritualidade, que são mais livres, mais individualizadas. Esse é o mundo que está desafiando o educador cristão.

Numa época em que o visual predomina, é muito importante pensar nos recursos técnicos do ensino. É fundamental considerar-se o valor do material de apoio escrito (as revistas de EBD) que devem estar nas mãos dos alunos.

Investindo em pessoas - O cristão não deve se conformar com esse século, mas ser transformado pela renovação da mente, Rm 12: 2. Ao formar um novo crente, desde a criança até o adulto, o educador cristão deve encarar o desafio de ser e produzir cristãos para tempo como este. Não é errado cursar uma faculdade nessa área para atuar dentro ou fora da igreja. Pelo contrário, com maior conhecimento, produzirá melhores resultados. Por isso, invista em você mesmo.

Desafios de formar cristãos

Nas igrejas evangélicas, o púlpito é o centro da educação cristã. É através dele que o pastor imprime à igreja a linha espiritual que o trabalho precisa. Mas, convenhamos: por causa da distância, da falta de diálogo, da formalidade, o púlpito nem sempre responde a todas as necessidades imediatas de cada pessoa que entra no templo. Por isso, a Igreja precisa ter outros mecanismos de educação cristã, para atender às várias faixas etárias.

Consolidação - Após a decisão (ou a conversão), são dadas as primeiras instruções e procura-se ver quais são as principais necessidades espirituais do novo convertido. Por isso, é importante se fazer isso com o mais profundo amor e segurança.

Discipulado - Não basta apenas ganhar pessoas para Cristo. É preciso capacitá-las a viver como cristãos. Discipular é conseguir que o novo convertido firme seus passos nos ensinos de Jesus, de tal maneira que haja mudança de vida e se envolva nas atividades da igreja. Antes do batismo, todo neoconverso deve fazer um curso preparatório e, após o batismo, um curso de discipulado.

A Escola Bíblica - A EBD tem a vantagem da continuidade e profundidade. O educador cristão precisa transmitir, formar e construir valores perenes para a vida cristã e secular. Para tanto, a escola bíblica dominical é fundamental para formar o caráter e os conceitos bíblicos de seus participantes.

Cursos e palestras - Alguns temas específicos, tanto na área administrativa, pessoal ou doutrinária, são mais bem assimilados quando ensinados em momentos especiais e para um grupo seleto. Para tanto, é necessário investimento. Encontros, seminários, acampamentos, cursos rápidos proporcionam esses treinamentos e ampliam a visão dos membros da Igreja.

Formar liderança - Explorar o potencial criativo de cada indivíduo é um meio para que o educando tenha prazer em compreender, conhecer e descobrir a vida cristã. Isso produzirá pessoas desejosas de serem treinadas para trabalhar nos departamentos internos ou no evangelismo. É por isso que uma escola para formação de liderança dentro da igreja é fundamental. Mas quem cursar essa escola, jamais deve deixar de ser aluno da EBD.


Conclusão

Um grande desafio para 2003 é fazer com que as pessoas que aceitaram a Cristo cresçam na fé, permaneçam fiéis a Ele, não abandonando sua igreja. Se forem bem consolidadas, treinadas e enviadas darão muitos frutos no reino de Deus. Por isso, na área educacional, a palavra cristã incita essa atividade a enriquecer-se pela teologia e pelo estudo da Bíblia.

Assumam uma prática educativa que enfatize:

1 - O pleno desenvolvimento de seus educandos em sua vida pessoal, social, política e espiritual;

2 - O esforço de desenvolver uma ação educativa em que o evangelho seja vivido
na realidade atual da sociedade;

3 - O processo de contínua aprendizagem da verdade libertadora, rumo à maturidade cristã;

4 - O diálogo permanente entre educador e educando na busca da compreensão
da verdade bíblica;

5 - O trabalho eclesiástico com participação ativa e criativa de todos;

6 - A unção do Espírito Santo como meio de convencimento da verdade cristã.

Publicado no Jornal Aleluia de fevereiro de 2003

extraido de www.iprb.org.br em 29/06/2010 as 14.47